LIDERANÇA



Reverência no culto


“Tudo, porém, seja feito com decência e ordem” – 1 Coríntios 14.40
Já presenciou as seguintes cenas?
Cena 1: A pregação inicia. Uma linda criança passeia pelo corredor da igreja enquanto o pastor expõe seu sermão. Pelo menos uma dúzia de pessoas admira sua beleza e até faz careta. Outros se viram nos bancos para ver a criança fazer barulho e se comportar como se ali não acontecesse nada.
Cena 2: É chegada a hora de colocar em dia aquela conversa atrasada entre os adolescentes e jovens.“Parece que o assunto flui melhor durante o culto”, comentam. Sentam-se perto, juntos, longe do púlpito. A conversa só é interrompida ao som do cântico final.
Cena 3: É difícil segurar o riso. Especialmente para alguns que encaram a igreja como um belo palco. Rápidos comentários são feitos sobre a roupa das pessoas, seu jeito de andar, a maneira que falam e os seus erros. Nada é perdoado. Tentam disfarçar com sorrisos, olham para o chão, mas como já foi dito, é difícil segurar o tal riso.
Estes são apenas alguns dos vários exemplos de como os crentes perdem a noção de reverência, de adoração e do propósito de estarem unidos para o culto.
“O pastor está atento ao sermão e tem muitas faces para olhar, não vai reparar em mim” – podem pensar alguns. Mas Deus repara. E se entristece. Pois Ele sabe, aliás, ele alertou que mau comportamento, cochichos, falta de atenção ou perturbação da ordem evidenciam problemas espirituais na vida das pessoas (Isaías 1.11-18).
A Bíblia é tão clara neste assunto que nos adverte: se procedemos assim, estamos perdendo nosso tempo indo à igreja. É como o fariseu, que vai ao templo, ora de si para si mesmo. Vai embora e nada aconteceu em sua vida. (Lucas 18.10-14). Da mesma forma hoje. Com o comportamento descrito acima quantos irão para a casa realmente justificados? Quantos se lembrarão da pregação na tarde da segunda-feira?
É preciso refletir e reconhecermos aquilo que temos falhado. Pais, vigiem os seus filhos. Jovens, há outro tempo para conversar. E para todos de maneira geral, reflita se você tem contribuído para a ordem e reverência do culto.
Rev. Andrei de Almeida Barros

Olha quem está a frente da nossa juventude…





Quem tem dado rumo a juventude do Brasil? Quem tem sido referência para os meninos e meninas que crescem numa velocidade absurdamente alta, alimentados pela Rede Globo de Televisão, programas com conteúdo violento e pornográfico e músicas altamente maliciosas? Não que eu seja mais um falso moralista querendo aparecer na falha alheia, mas os fatos que tenho presenciado nos últimos dias têm me deixado estarrecido e decidi que não posso me calar diante de tamanha falta de ação e descaso da Igreja.

Faz algum tempo já, estava assistindo um show de rock, quando supostamente aconteceu uma briga e o artista que estava se apresentando parou o show e começou a discursar sobre a situação violenta que vive o Rio de Janeiro, e de repente ele mudou o discurso xingando o suposto “brigão” e falando de dez palavras, nove palavrões. Pensei comigo: “… a galera deve ter ficado chocada, esse cara que antes tava falando de paz, agora um minuto depois, vomita xingamentos de todo tipo contra os participantes do tumulto, nego vai vaiar ele…” Para minha surpresa, não espanto, mas surpresa, todos os presentes começaram um coro a favor do artista e logo depois xingaram em uníssono a galera da briga (filha da…) e tudo isso em rede nacional, transmitido por um grande canal de TV por assinatura. Pensa que acabou aí?

Nada disso logo após esse espetáculo bizarro, o cantor puxa um coro de apologia ao uso da maconha dando mostra que não tem o mínimo senso de cidadania e ética, visto que o problema-mor do Rio de Janeiro quanto a violência é o tráfico de drogas. Para encerrar ele desmoralizou a governadora do Estado e o Secretário de segurança da época citando a seguinte frase: “Haverá um tempo em que rosinhas e garotinhos serão apenas flores e criancinhas” e terminou fazendo uma pesquisa pedindo que todos os jovens que não concordem com o governo do Rio levantem as duas mãos… É claro que todos os jovens sem exceção levantaram as duas mãos e se pudessem levantariam os pés também. É o fim… A coisa já não anda bem, e ainda vem um camarada alienado, fora da realidade do povo, que vive trancado em seu mundinho de “Viva o Rock” querer ensinar aos jovens o que fazer e como fazer política. Anarquista e nem sabe o que é anarquia, comunista, e nem sabe o que é comunismo, roqueiro, e nem sabe fazer musica!
Apresentadores de televisão de qualquer emissora convocam para seus debates psicólogos, ginecologistas e especialistas em questões ligadas ao sexo, todos liberais e de vez em quando, convocam um religioso para servir de “Cristo” no meio deles. Defendem em debates calorosos o sexo livre, e afirmam que para que você se case, é preciso que você experimente seu parceiro para saber se ele é compatível com você. Masturbação então é piada, faz bem para o seu autoconhecimento e é super saudável, dizem os especialistas. A questão da homossexualidade não é mais tabu, mas uma simples questão de opção, se você se sente assim então experimente, quem sabe você se encontra tendo uma experiência com uma pessoa do mesmo sexo?
Líderes evangélicos que levam o jovem a crer que a felicidade está em tudo o que é material, e que ser bem sucedido é ter o melhor emprego, ganhar o maior salário, namorar a mulher mais bonita e galgar o maior lugar dentro da denominação. Deturpam o evangelho e sua mensagem de amor, todos os dias matam milhares de jovens no Brasil todo sem disparar um tiro, mas desferindo potentes golpes contra as almas que famintas vem se render inocentemente a Jesus e encontram um falso profeta vestido de anjo de luz. Se o conceito de vitória hoje em dia é esse descrito acima, eu não quero mais vencer, antes prefiro ser um derrotado e nesse ponto eu tenho que concordar com uma grande banda de rock nacional que é recomendada para quem curte um bom som alternativo chamada Los Hermanos e o trecho da música diz assim: “Eu que já não quero mais ser um vencedor, levo a vida devagar pra não faltar amor!”
E no mais, tudo na mais santa paz!
por Pr. Márcio de Souza articulista do Gospel Prime


O Homem nunca falha?




É impressionante a doutrina da infalibilidade papal. O nome assusta mas o papa só é infalível quando se pronuncia “ex-cathedra”, isto é, usando os poderes da cadeira de Pedro como Pastor e doutor da igreja, isto define o cargo de ação do dogma.
Por sua vez o objeto desta infalibilidade está restrito tão somente a temas concernente à fé e moral. Mas quem é o papa para legislar sobre fé e moral? Teria ele mais autoridade do que os outros para impor posições como por exemplo proibir a camisinha como método anticoncepcional ou o sexo apenas como método para procriação.
Seria correto papas imorais legislarem em questões morais? Claro que não. Seja ele papa ou não, a bíblia diz claramente que o homem é decaído e devasso seja ele portador de um título ou não. Todos igualmente pecaram e foram destituídos da glória de Deus.
A questão é que todo mundo erra, todo mundo falha. E eu não posso concordar com todo respeito aos católicos romanos com o conceito de infalibilidade papal. Até os apóstolos erraram e tiveram alguns escritos rejeitados pelos concílios. Que Deus nos tenha por inocentes na tarefa árdua de legislar sobre moral, eu de cara já me abstenho dizendo: Sou imoral, o que me torna controlado com relação a esse assunto é a pura graça de Deus, mais nada.
E no mais… tudo na mais santa paz!
por Pr. Márcio de Souza articulista do Gospel Prime

Chega de super-heróis

Afinal de contas, quem é Apolo? Quem é Paulo? Apenas servos por meio dos quais vocês vieram a crer, conforme o ministério que o Senhor atribuiu a cada um. Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fazia crescer; de modo que nem o que planta nem o que rega são alguma coisa, mas unicamente Deus, que efetua o crescimento - 1 Coríntios 3:5-7 (NVI)
O último filme de super-herói que assisti foi o “Capitão América: o primeiro vingador” (2011). Detestei. Não apenas por considerar o filme sonolento e sem originalidade alguma, mas principalmente pelo fato de que essa ideologia individualista em que uma só pessoa resolve tudo me irrita.



A vida real não é assim. O pequeno e frágil ser humano ao nascer, se não tiver cuidado e supervisão de um adulto morrerá de fome. Depois, ao crescer, estudamos – o que aprendemos é fruto do trabalho de outros que partilharam. Até um simples banho significa que dependemos de outras pessoas – que cuidam da água, da energia elétrica, etc. Ninguém está no topo dessa cadeia de dependência, somos parte de um processo de dependência mútua.
Quando o apóstolo Paulo trata das invejas presentes na igreja de Corinto ele percebe o foco errado daqueles crentes. Líderes não são super-homens ou supermulheres. São apenas pessoas chamadas por Deus que fazem a parte que lhes cabe. Líderes são servos e não devemos fazer ‘culto à personalidade’ pois “nem o que planta e o que rega são alguma coisa, mas unicamente Deus, que efetua o crescimento.”
Paulo tinha consciência de sua pequenez como ser humano. Sua experiência em Atenas foi marcante neste sentido, pois ali diante da incredulidade dos sábios (Atos 17.32,33) aprendeu a depender mais do poder de Deus e menos das suas capacidades intelectuais. (1 Coríntios 2.1-5)
Mas esse ainda é um problema típico dos evangélicos de hoje: o complexo de Messias. A psicologia define esse complexo como a ideia de que sozinho se pode mudar o mundo. Desta forma o pastor ao liderar uma igreja, alimenta algumas ilusões de que ele, sozinho, será a solução para aquele local. Ele, sozinho, vai evangelizar uma cidade de 100 mil habitantes. Ele, sozinho, vai conseguir atingir a todas as famílias, suprir todas as necessidades e fará um sucesso estrondoso. E assim, nesse individualismo enganoso, o pastor se esquece de que ele é ‘uma parte’ no processo de crescimento do Reino de Deus. Talvez ele esteja plantando para que outro colha. Talvez colha, mas não pode esquecer-se daquele que com dificuldade amoleceu a terra e plantou antes dele.
Para piorar, as igrejas, também alimentam tal expectativa em relação ao pastor. Esperam uma espécie de Messias. Suas orações são consideradas mais fortes, sua palavra inquestionável. Se os filhos estão rebeldes, “chame o pastor”. Se os pequenos não obedecem, “ameace” usando a pessoa do pastor. Aquele parente duro de coração que sempre resistiu ao evangelho – não tem problema, leve o pastor para uma visita e responsabilize-o para que visite semanalmente.
A consequência deste foco demasiado na pessoa do líder não tarda em vir – para o pastor e para a igreja. O pastor logo se frustra, pois com o tempo percebe que não é ‘aquilo tudo’ que imaginava. Apesar dos seus esforços o campo não cresce como gostaria, as coisas não caminham como o desejado. E por causa do complexo de Messias que alimenta, as dificuldades podem levá-lo a uma crise ministerial ou existencial. Corações duros e insucesso fazem parte do ministério – o pastor precisa estar consciente disso. (Isaías 6.9,10 – Mateus 13.1-9)
Por outro lado, a igreja que foca muito na pessoa do pastor como ‘solucionador geral’ não demora a procurar outro. Afinal, se buscam o super-homem, nenhum pastor será bom o suficiente.  Por isso algumas trocam de pastor como quem troca de roupa e ao invés de compartilharem palavras de edificação só sabem passar à frente fofocas e amarguras. (Efésios 4.29)
Igreja e pastor precisam se libertar desse conceito individualista de super-herói ou super-pastor. Precisamos restaurar a ideia de equipe, de grupo, de Corpo. (1 Coríntios 12.27). Um piloto de avião só consegue exercer no céu sua responsabilidade de transportar com segurança centenas de passageiros se houver em terra praticamente um exército de pessoas  ajudando.
Disso aprendemos que se uma igreja quer crescer, se desenvolver, ela deve, juntamente com o seu pastor, se engajar no Reino de Deus. Se o sucesso ocorrer, será fruto da ação de todos. Se o fracasso vier, a responsabilidade e divisão de fardos serão de ambos os lados.
Tenhamos mais humildade e saibamos que somos apenas parte de um processo. O resultado vem do nosso Pai. Chega de super-heróis, de super-humanos, de super-pastores. Dependamos mais um dos outros e de Deus.
Fonte: Andrei de Almeida Barros | GospelPrime

Batalha espiritual ou bandalha espiritual?






Como editor de livros cristãos fiquei impressionado ao descobrir em uma pesquisa junto a livrarias evangélicas que um dos três assuntos que mais vendem livros entre a nossa gente é batalha espiritual. Prova de que nós, cristãos, somos absolutamente fascinados por esse assunto. Queremos ver nosso Deus guerreiro arrebentar com o capeta, mandá-lo pro quinto dos infernos a pontapés, sob nossos brados de glória e aleluia. Entendo muito bem do assunto. Fui convertido numa igreja que dava muito valor a isso, onde o diabo era uma figura onipresente nas orações, nos cultos, nas conversas, no dia a dia dos irmãos. Parecia até que ele tinha cadeira cativa na primeira fila. Hoje, tendo lido, vivido e praticado minha fé de forma mais sólida, me atrevo a enxergar aquilo que considero um grande erro no discurso cristão com relação ao Diabo. E é sobre isso que quero conversar com você.
Antes de mais nada, preciso avisar aos adeptos do liberalismo teológico que os respeito mas não concordo com vocês. Acredito sim que Satanás e os demônios são seres pessoais, que atuam sim nas esferas terrena e celestial, militando contra a Igreja de Cristo. Creio em possessão demoníaca e já participei de exorcismos (não televisionados e sem plateia, ressalte-se) em que presenciei situações que ninguém nunca me convencerá terem sido crises de epilepsia. Então sou bem ortodoxo, fundamentalista e bem pouco iluminista quando o assunto é demonologia. Creio que, ao contrário do que defende a Teologia Liberal, Satanás é de fato uma entidade pessoal. Só para você ter uma ideia, há nas escrituras 177 menções ao Diabo em seus vários nomes. Além disso, a Bíblia deixa claro que ele tem intelecto (2 Co 11.3); emoções (Ap 12.17) e também vontade (2 Tm 2.26). Em Mt 25.41 fica claro ainda que ele é moralmente penalizável por seus atos, o que jamais ocorreria se ele fosse apenas uma metáfora ou um símbolo da maldade humana, como advogam alguns. E mais: Satanás é descrito por pronomes pessoais e é fortemente adjetivado no relato bíblico.
Tendo dito isso, vamos ao que interessa: O grande equívoco que nós, cristãos, cometemos, é achar que Deus e o Diabo estão numa batalha espiritual em pé de igualdade. Que a força que Deus tem cá o Diabo tem lá e que as chances de vitória em qualquer batalha espiritual são de 50% a 50%. É essa imagem da queda de braço aí ao lado, onde o Supremo Criador do Universo se vê numa disputa de igual pra igual, em que tudo pode acontecer, em que há isonomia de forças. Nada mais longe da verdade.

DEMÔNIOS APENAS OBEDECEM E IMPLORAM A DEUS

Para começar: Deus é o criador do ser que se tornou Satanás. Ou seja: do mesmo modo que eu e você, como criaturas, dependemos do Senhor para tudo, precisamos de sua autorização para realizar qualquer intento, o líder dos demônios tem de enfrentar a mesma burocracia. Sim, Satanás é obrigado em tudo a dizer a Jeová: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus”. Ele não tem escolha. Pois o Diabo não pode mover uma palha sobre a terra ou nas regiões celestiais sem a autorização expressa de Deus. É como um cachorrinho, esperando que seu dono afrouxe a coleira e ele, assim, consiga avançar contra um dos eleitos do Senhor.
Isso fica claríssimo no livro de Jó. Para tomar qualquer iniciativa Satanás precisa que Deus conceda-lhe o direito. Veja que em Jó 1.12 o Senhor diz a Satanás: “Pois bem, tudo o que ele possui está nas suas mãos; apenas não toque nele”. Ele usa o verbo no imperativo, isto é, trata-se de uma ordem, algo que vem de cima para baixo: “não toque”. Em nenhum momento há uma barganha: há uma concessão.
Depois, na tentação de Jesus no deserto, as palavras de Cristo em Mt 4.10a são absolutamente reveladoras: “Jesus lhe disse: Retire-se, Satanás!”. Perceba o que está acontecendo aqui. Jesus de Nazaré, o Deus encarnado, vira-se para aquele que tantos de nós temem e simplesmente dá-lhe uma ordem. Se Satanás vivesse em pé de igualdade na batalha espiritual, se ele lutasse de igual para igual com Deus, no mínimo ele responderia um “qualé, Jesus, vai encarar? Tá se achando, é?”. Mas não. Sabe o que o Diabo faz quando Jesus diz “retire-se”? Vamos para o versículo seguinte: “Então o Diabo o deixou”. Uau. Que moral. Não houve luta, não houve batalha, não houve barulho. Jesus disse e o Diabo simplesmente e subordinadamente obedeceu. Prova de que o nível de autoridade do Mestre é infinitamente, extraordinariamente, magnificamente, inquestionavelmente superior ao do adversário. Que é adversário nosso, não dEle, como já veremos.
Há ainda outra passagem fantástica que revela essa realidade. Marcos 5 nos conta que ao chegar a Gadara Jesus se depara com um endemoninhado. A história se repete. Quando aquela legião de demônios se vê diante do Rei dos Reis o que ela faz? Guerreia? Peleja? Luta? Enfrenta? Encara? Sai gritando “vamos lá, essa é a chance de derrotar Jesus!”. Nada disso. Ouça bem: “E implorava a Jesus, com insistência, que não os mandasse sair daquela região. Uma grande manada de porcos estava pastando numa colina próxima. Os demônios imploraram a Jesus: ‘Manda-nos para os porcos, para que entremos neles’.” (Mc 5.10-12). O demônios imploraram. Segundo o dicionário, isso significa que eles suplicaram, pediram encarecidamente e humildemente. Isso parece atitude de quem entra numa batalha de igual para igual? E assim é em todas as manifestações demoníacas que a Biblia relata: manda quem pode, obedece quem tem juízo. Ou melhor: quem já é réu de juízo.

SATANÁS NÃO É INIMIGO DE DEUS, MAS DOS HOMENS

Deus é onipotente, isto é, pode tudo. O Diabo é teopotente (com o perdão do neologismo), isto é, só pode o que Deus lhe permite poder. Então, a imagem medieval de Deus guerreando com o Diabo em condições de igualdade é tão esdrúxula como imaginar que um rinoceronte e uma formiga são capazes de competir em igualdade de força, poder e domínio. Apocalipse fala da batalha final de Armagedom. Mas imaginar que essa batalha é como um Fla X Flu, em que tudo pode acontecer, em que há chances de qualquer um ganhar, é uma ideia extremamente infantil. Toda e qualquer luta entre Deus e o Diabo é como um jogo entre a seleção brasileira titular de futebol e o timinho mirim sub-10 do Cáceres Matogrossense (que para quem não sabe é considerado o pior time do Brasil). Chega a ser risível imaginar uma derrota da seleção.
Deus sempre ganha. Sempre. Sempre. Simplesmente porque a grandeza, o poder e a majestade do Ser infinito, eterno, onipotente, inefável, magnífico que é o Senhor do Universo é absolutamente, impensavelmente, descomunalmente superior a toda e qualquer capacidade que esse mísero ser criado, chamado Satanás, possa ter.
Satanás não é inimigo direto de Deus: é uma pedra incômoda no sapato. Uma farpa no dedo. Satanás é sim inimigo dos homens, adversário nosso, pois ele tem a capacidade de nos sugerir que pequemos. Nem nos obrigar ele pode (salvo em caso de possessão). Veja o que ele fez com Adão e Eva: não enfiou o fruto proibido goela abaixo deles, apenas sugeriu, deu ideias. Satanas é um grande sedutor. Nós fazemos e cedemos se quisermos. Repare que o anjo de Apocalipse 22.9 diz a João: “Sou teu conservo”. Analogamente, os anjos caídos estão no mesmo nível hierárquico: co. Ou seja, “correspondente”, “correlato”. Eles estão em pé de igualdade enquanto inimigos dos seres humanos, jamais de Deus. Assim, devemos temer somente e tão somente aquele que pode lançar nossa alma no inferno (Mt 10.28), ou seja: Deus. Acredite: o Diabo não tem nenhuma autoridade para te condenar ao inferno. Isso é entre você e o Todo-Poderoso.

IGREJAS DIABOCÊNTRICAS

Pois bem, uma vez que pomos o Diabo no lugar que lhe é devido, começamos a perceber que ele vem sendo tratado pela Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo de maneira completamente equivocada: com honras e glórias.
“Ahn? Como assim, Zágari, tá maluco?”
Não mesmo. Repare que temos dado tanto destaque ao Diabo em nossas vidas que muitas vezes falamos mais dele do que de Deus em nossas orações e em nossos cultos. É um tal de repreender pra cá, expulsar pra lá, manietar, acorrentar, aprisionar… passamos tanto tempo usando os minutos que deveríamos estar dedicando ao Criador dos Céus e da Terra mencionando o Diabo que acabamos tornando nossos momentos na igreja diabocêntricos. E você consegue perceber o que há de mais grave nisso? Repare que quando pegamos o espaço que deveria ser totalmente devotado a Deus (como nossos cultos, nossos devocionais, nossas orações etc) e o usamos para dar espaço ao Diabo estamos fazendo exatamente o que ele queria e que resultou em sua queda: o pomos no lugar de Deus. Ou seja: quando fazemos de Satanás o centro de nossas atenções ele exulta, pois é exatamente o que queria desde o início: usurpar o lugar do Senhor. Nem que seja nas nossas atenções e em nossos pensamentos.
Cultos são momentos que, como diz o nome, servem para cultuar a Deus. Orações servem para relacionarmo-nos com Deus. Se O removemos desses momentos e pomos o Diabo no Seu lugar, pronto: sem percebermos entronizamos Satanás em nossas atividades, deixando o Senhor em segundo plano. Ah, e isso é tudo o que Maligno sempre quis! Veja: “Você, que dizia no seu coração: ‘Subirei aos céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me assentarei no monte da assembléia, no ponto mais elevado do monte santo. Subirei mais alto que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo’.” (Is 14.13,14).
As nossas orações, então, em vez de representarem momentos de íntimo contato com o Abba, de aproximação com o nosso amado, com aquele que é maravilhoso, em vez de serem oportunidades de nos derramarmos ao Pai nosso que está no Céu, cujo nome é santificado e cujo Reino esperamos ansiosamente… vira um bate-boca com o Diabo e com os demônios. Que desperdício! E isso porque temos a ilusão de que temos de ficar guerreando eternamente contra esse ser que é tão inferior ao nosso amigo Jesus Cristo. Quando na verdade onde a luz brilha as trevas se dissipam.

BATALHA ESPIRITUAL SE GANHA ACENDENDO A LUZ

Quer fazer batalha espiritual? Acenda a luz de Cristo na tua existência. Traga Jesus para o centro de tudo. E ali ele iluminará todos os cantos de sua vida, eliminando todo e qualquer vestígio de trevas. Pronto, a batalha estará vencida. Simples assim. Sem mágicas, sem estratégias, sem abracadabra. Ponha Jesus no centro da tua vida e Ele iluminará teu corpo, alma e espírito. E, com isso, não sobrará espaço absolutamente nenhum para o Diabo agir.
Fico impressionado com grupos que criam “ministérios” onde ensinam sobre mapeamento espiritual, estratégias de guerra e um monte de outras coisas ligadas ao Diabo. Eu mesmo na minha infância de fé participei de alguns, fui a cursos e seminários. Passamos manhãs inteiras discutindo e aprendendo sobre demônios, principados, hierarquias e tantas outras invenções humanas que a Bíblia ignora totalmente. Joguei no lixo manhãs inteiras glorificando o Diabo, tornando-o o centro das atenções, quando poderia estar me devotando ao Cristo que veio à terra para desfazer as obras do maligno (1 Jo 3.8) e que o venceu na Cruz. Aprendi tantas coisas inúteis nesses seminários de batalha espiritual que uma simples leitura bíblica me teria ensinado com muito mais clareza lições infinitamente mais preciosas e eficazes.
Quer saber qual é a forma bíblica de Jesus de lidar com Satanás e os demônios? Pois bem, repare antes de qualquer coisa que é a forma como alguém muito superior trataria alguém infinitamente inferior. Como um leão trataria um rato. Mateus 8.16 diz a respeito de Jesus: “Ao anoitecer foram trazidos a ele muitos endemoninhados, e ele expulsou os espíritos com uma palavra”. Repare, uma única palavra!
Jesus não se rebaixava a ficar conversando com demônios. Com uma única palavra os mandava embora. E isso era corriqueiro. Em Marcos 1, Jesus está numa sinagoga quando “justo naquele momento, na sinagoga, um homem possesso de um espírito imundo gritou: O que queres conosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Sei quem tu és: o Santo de Deus”. Repare que o demônio que possuia aquele homem puxou o maior papo com Jesus. Mas sabe o que o Mestre fez? Não deu a menor trela. Tudo o que ele falou, segundo o versiculo 25, foi: “Cale-se e saia dele!”. Que coisa extraordinária! Repare bem: Jesus não permitiu que o demônio abrisse a boca! Mandou-o se calar. E sair. Só. Sem conversa, sem dar importância nem oportunidade de ele falar ou mesmo “ensinar” doutrinas de demônios. O resultado? O texto diz: “O espírito imundo sacudiu o homem violentamente e saiu dele gritando”. “Cale-se e saia dele”…e ele saiu. Uau.
Esse deve ser o nosso procedimento: cala e sai. Só. E sempre. Luz acesa, trevas dissipadas.
É como se Jesus quisesse dizer: “Tá, já tirei o cabelo da sopa, vamos nos banquetear agora?”. Mas tem gente que prefere ficar aos berros: “Tem um cabelo na minha sopa! Tem um cabelo na minha sopa! Tem um cabelo na minha sopa!”. E assim perde o principal. Que é Deus. A Cruz. A vida eterna. A Igreja. A comunhão dos santos. O amor.

VALORIZAR O DIABO EM NOSSAS CELEBRAÇÕES É DESTRONAR DEUS

A Bíblia é sobre Cristo. O Evangelho é sobre Cristo. Nossa vida cristã é sobre Cristo. Batalha espiritual é um assunto secundário. Se houver demônios os expulsamos e acabou. Se você reparar que está gastando muito do seu tempo lendo sobre eles, falando sobre eles e se preocupando com as sujeiras ligadas a eles é sinal que suas prioridades na vida de fé precisam ser reavaliadas. Cristianismo é sobre viver com Cristo e amar o próximo e não sobre ficar gastando horas e horas com demônios.
Deus não está no mesmo nível que o Diabo. Deus está no apartamento de cobertura e o Diabo, no capacho que dá entrada ao saguão do primeiro piso – pela porta dos fundos Temos que tirar da cabeça essa ideia infantil de que eles estão no mesmo nível. Deus é criador. O Diabo é criatura. Deus pode tudo. O Diabo só pode o que lhe é permitido. Deus manda. O Diabo obedece. Deus é vitorioso. O Diabo já perdeu. Deus viverá a eternidade em seu Reino de glória, honra e majestade. O Diabo viverá a eternidade na morte eterna do lago de fogo e enxofre. Deus ama seus filhos. O Diabo perdeu o amor de Deus. Deus merece toda a nossa atenção. O Diabo não merece nem mesmo um post num blog desconhecido como o meu. Logo, como já gastei tempo demais escrevendo sobre essa criatura incômoda que conseguiu fazer com que eu usasse um post do meu blog pra falar dele, nada melhor do que encerrar um artigo sobre o Diabo falando sobre Aquele que de fato merece que falemos dEle: Glória a Deus nas maiores alturas! Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas! Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a terra toda está cheia da sua glória. Santo, santo, santo é o Senhor, o Deus todo-poderoso, que era, que é e que há de vir. (Lc 2.14a; Mt 21.9; Is 6.3; Ap 4.8)
Fonte: 
 Mauricio Zágari | GospelPrime


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